Reforma do Setor Elétrico Prevê Mercado Livre Total a Partir de 2028

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O Ministério de Minas e Energia (MME) apresentou nesta quarta-feira (16) a proposta de reforma do setor elétrico brasileiro, que prevê a abertura total do mercado livre de energia a partir de março de 2028 para todos os consumidores, inclusive residenciais.

O objetivo, segundo o ministro Alexandre Silveira, é quebrar o monopólio das distribuidoras e permitir que os consumidores tenham liberdade de escolher de quem comprar sua energia, a exemplo do que já acontece com serviços como telefonia, internet e bancos.

O projeto foi encaminhado à Casa Civil e poderá ser enviado ao Congresso por meio de medida provisória (MP). Silveira afirma que o presidente Lula está ciente da proposta.


Fases da Abertura e Impacto Tarifário

A proposta prevê que, em março de 2027, os consumidores comerciais e industriais poderão ingressar no mercado livre. A abertura completa, incluindo os consumidores de baixa tensão, será feita em 2028.

Segundo o MME, se a medida entrasse em vigor hoje, o impacto tarifário seria de 1,4% de aumento médio para os consumidores regulados. Para compensar, a proposta inclui a redução gradual de R$ 10 bilhões na Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).


Ampliação da Tarifa Social e Gratuidade

O plano prevê:

  • Gratuidade no consumo de até 80 kWh/mês para famílias de baixa renda, quilombolas, indígenas e beneficiários do BPC;
  • Desconto social de até 11,8% na conta de luz, beneficiando até 21 milhões de famílias;
  • Isenção da CDE para consumidores com renda de até meio salário mínimo per capita e consumo até 120 kWh/mês.

Essas medidas devem zerar a conta de luz para 4,5 milhões de famílias, com custo de R$ 3,6 bilhões ao ano, bancado pela própria CDE.


Outros Pontos da Reforma

O texto também propõe:

  • Adoção de modelos tarifários modernos, como tarifas horárias, pré-pagas e fixas;
  • Criação de supridor de última instância;
  • Encargo para cobrir custos com sobrecontratação ou exposição involuntária das distribuidoras;
  • Inclusão dos consumidores livres nos encargos de geração distribuída (GD);
  • Limitação da autoprodução equiparada a projetos com consumo mínimo de 30 MW e participação de ao menos 30% no capital social;
  • Solução para o GSF (risco hidrológico) com liquidação de R$ 1,13 bilhão em débitos no MCP.

Saiba mais:

Como funciona o mercado livre de energia

O que é a CDE e como ela impacta sua conta

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