Governo Avalia Uso de Recursos do Pré-Sal para Reduzir Tarifas de Energia

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O Ministério de Minas e Energia (MME) estuda utilizar recursos do Fundo Social do Pré-Sal para reduzir o custo da energia elétrica no Brasil. A proposta, ainda em fase inicial, visa aliviar o impacto dos subsídios pagos pelos consumidores na conta de luz, através da CDE que devem somar R$ 36,5 bilhões em 2025.

A medida, no entanto, enfrenta resistência dentro do próprio governo, especialmente do Ministério da Fazenda, que se opõe a gastos fora do arcabouço fiscal.


Contexto da Medida

Criado em 2010, o Fundo Social do Pré-Sal recebe recursos da exploração de petróleo e é destinado a áreas como educação, ciência, tecnologia e meio ambiente. Recentemente, uma Medida Provisória (MP) flexibilizou o uso desses recursos, permitindo seu direcionamento para novas frentes, como infraestrutura social e mitigação de calamidades.

O MME pretende enquadrar a redução tarifária como um projeto de infraestrutura social, viabilizando o uso de R$ 20 bilhões do fundo para diminuir os custos da energia.


Impacto na Conta de Luz

Atualmente, os subsídios embutidos na tarifa de energia incluem:
Incentivos para fontes renováveis (eólicas e solares);
Descontos para irrigação e consumidores de baixa renda;
Custos de universalização do acesso à energia.

Esses subsídios representam cerca de 15% da conta de luz e dobraram nos últimos sete anos – em 2018, somavam R$ 18 bilhões.

O governo avalia que a redução tarifária pode aliviar o orçamento das famílias e melhorar a popularidade da atual gestão.


Desafios e Resistência da Equipe Econômica

A equipe econômica, no entanto, vê com ceticismo a proposta. O Tesouro Nacional argumenta que a medida exigiria cortes em outras despesas e poderia comprometer o objetivo do déficit zero.

Além disso, a Secretaria de Política Econômica (SPE) declarou não ter conhecimento da proposta, o que indica que o plano do MME ainda está em fase preliminar.


Próximos Passos

O governo pretende incluir essa discussão dentro de um projeto de reforma do setor elétrico, que será enviado ao Congresso Nacional até maio. A proposta buscará equilibrar a necessidade de redução tarifária com responsabilidade fiscal.