📌 Matéria originalmente publicada pelo CanalEnergia
A consultoria PSR emitiu um alerta sobre a defasagem dos modelos de previsão usados no setor elétrico brasileiro. Segundo a empresa, as ferramentas atualmente utilizadas para planejamento e operação ainda baseiam suas premissas em padrões históricos de afluência e precipitação, ignorando as mudanças estruturais observadas na temperatura média global desde 2023.
A variação mensal da temperatura global chegou a 1,44°C acima da média dos últimos 30 anos — quase três vezes maior que a registrada na década de 1990. Essa transformação climática altera significativamente a frequência e intensidade de eventos extremos, como secas prolongadas e chuvas intensas, o que não está sendo refletido nos modelos estocásticos atuais.
“Os modelos estão otimistas porque assumem que o futuro se comportará como o passado. Essa premissa já não é válida”, afirma a PSR em seu Energy Report.
Além disso, o aumento da temperatura impacta diretamente a eficiência dos equipamentos de geração e transmissão, a demanda por energia (com maior uso de sistemas de climatização), e a disponibilidade de água para consumo e irrigação.
A PSR defende uma mudança urgente nas metodologias de projeção de vazões e hidrologia, além da incorporação de dados climáticos atualizados e de alta qualidade nos estudos da EPE e do ONS.
A consultoria também destaca a crescente importância das hidrelétricas, que além de gerar energia, fornecem serviços ancilares essenciais para a estabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN). Mas para isso, é fundamental o investimento em previsões climáticas mais precisas e uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos — incluindo o uso sustentável do solo.
