A inflação em janeiro de 2025 desacelerou, registrando a menor alta para o mês desde o início do Plano Real, em 1994. O IPCA registrou um aumento de apenas 0,16% em janeiro de 2025, confirmando a expectativa de um cenário de inflação controlada em janeiro de 2025, abaixo da expectativa do mercado, que projetava 0,17%, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (11).
Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada ficou em 4,56%, ligeiramente abaixo da previsão de 4,58%, mas ainda superior ao teto da meta do Banco Central, que é 4,5%.
Inflação em Janeiro de 2025: Impacto do Bônus de Itaipu na Energia
O principal fator que contribuiu para a desaceleração da inflação foi a queda de 14,21% nos preços da energia elétrica residencial, impactando o IPCA negativamente em 0,55 ponto percentual (p.p.).
Essa redução histórica decorreu da incorporação do bônus de Itaipu, um desconto concedido a consumidores que utilizaram menos de 350 kWh em pelo menos um mês de 2023. No total, 78,3 milhões de consumidores receberam o benefício, o que representa 97% das unidades residenciais e rurais do país.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou um repasse de R$ 1,3 bilhão para cobrir os descontos, que variaram conforme o consumo. A média do bônus foi de R$ 16,66, podendo chegar até R$ 48,92.
Inflação em Janeiro de 2025: Principais Influências no IPCA
- Habitação: queda de 3,08%, puxada pela redução da energia elétrica.
- Transportes: alta de 1,30%, influenciada pelo aumento nas passagens aéreas (+10,42%) e no ônibus urbano (+3,84%).
- Alimentação e Bebidas: alta de 0,96%, com destaque para a cenoura (+36,14%), tomate (+20,27%) e café moído (+8,56%). Por outro lado, a batata-inglesa (-9,12%) e o leite longa vida (-1,53%) registraram queda.
O setor de serviços também acelerou, com alta de 0,78%, puxada pelo seguro de veículos (+3,14%) e pelo aumento em consertos de automóveis (+1,27%).
Perspectivas para a Inflação e Taxa Selic
Especialistas alertam que a redução do IPCA pode ser temporária, já que a queda da energia elétrica foi pontual. Segundo Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital, a inflação ainda sofre pressões estruturais, exigindo monitoramento contínuo.
Outro fator de alívio foi a queda de 5,3% do dólar em janeiro, após ter superado R$ 6,20 em dezembro. No entanto, o mercado segue atento à taxa básica de juros (Selic), que subiu para 13,25% ao ano, e às próximas decisões do Banco Central.
Para Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, a inflação está “pressionada, mas dentro do esperado”, mantendo a previsão de corte da Selic em março (-1 ponto percentual) e maio (-0,75 p.p.), encerrando o ciclo em 15% ao ano.
Folha de S. Paulo – Com bônus de Itaipu, inflação desacelera para 0,16% em janeiro
O Globo – Inflação desacelera em janeiro com impacto do bônus de Itaipu: entenda o que é e como afeta sua conta de luz